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Uma pesquisa toxicológica usando um extrato de hipericão  relatou uma dose não eficaz acima de 5000 mg/kg em camundongos e ratos.

Estudos de toxicidade crónica efetuados em em ratos e cães, revelou a existência de apenas sintomas inespecíficos de toxicidade, como perda de peso, alterações patológicas menores no fígado e rins e algumas alterações celulares nas glândulas adrenais (Leuschner 1996). Apesar disso, existe um caso relatado de um paciente que apresentou hepatotoxicidade associada à ingestão de hipericão. O seu mecanismo de toxicidade envolve a indução do metabolismo farmacológico levando à interacção medicamentosa. [24]

Estudos recentes mostraram que o grau de indução enzimática do hipericão está fortemente relacionado com a quantidade de hiperforina encontrada no produto. Produtos que não contêm quantidades substânciais de hiperforina (< 1%) não produziram indução enzimática significativa. Por outro lado, preparações de hipericão que tenham esta quantidade de hiperforina continuam a demosntrar eficácia antidepressora superior ao placebo e igual a alguns antidepressivos sintéticos usados no tratamento da depressão moderada. [5]

Será o hipericão tóxico?

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O mecanismo pelo qual o hipericão causa tantas interações deve-se ao facto de a hiperforina ser capaz de induzir isoenzimas do citocromo P450 (CYP3A4 intestinal e hepática , CYP2B6, CYP2C19 e CYP2E1)  sendo estas  responsáveis pela metabolização da maioria dos fármacos comercializados, tal como a CYP3A4 que é responsável por metabolizar 50% dos fármacos. Por outro lado, também a hipericina é capaz de induzir a glicoproteína-P (MDR-1) intestinal assim como os flavonoides do hipericão também são capazes de a ativar. A GpP  é uma bomba de efluxo responsável por colocar os xenobióticos fora da célula, ainda antes destes sofrerem metabolização, estando envolvida na absorção e eliminação de fármacos de vários órgãos como o rim, intestino e cérebro. No entanto, dependendo da dose e do regime a atividade de outras isoenzimas do citocromo P450 também pode ser alterada. [13,14,21]

Mecanismo de Toxicidade

A hiperforina é um ligando potente para o PXR (pregnane X receptor) o qual é um fator de transcrição que induz a expressão da CYP2B6 e CYP3A. Isto pode ser evidenciado pela presença de locais de ligação para o PXR nos genes CYP2B6, CYP3A4 e MDR1.

Desta forma a hiperforina tem a capacidade de se ligar ao fator de transcrição PXR, o complexo indutor-receptor entra no núcleo e liga-se ao co-receptor RXR, e agora este completo liga-se a uma região reguladora do gene induzindo a sua transcrição.

Esta indução pelo hipericão ocorre localmente no intestino após a admnistração oral e absorção intestinal dos agentes indutores, e também no fígado. [13,14]

Como consequência metabólica da indução ocorrerá uma alteração do perfil quantitativo de metabolitos.

O efeito do hipericão nas isoenzimas do Citocromo P450 e na GpP apenas é observado após tratamento de longo prazo (geralmente 14 dias) havendo estudos que reportam a inexistência de efeitos em caso de tratamento agudo. [21]

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